Laura Riding Gottschalk
USA: 1901 / 1991
Poetisa
FIM DO MUNDO
O tímpano está no fim
A íris ficou transparente.
O sentido se desgasta.
Até o sentido está transparente.
A pressa alcança a pressa.
A terra arredonda a terra.
A mente encosta a mente.
Claro espetáculo: cadê o olho?
Tudo perdido, nenhum perigo
Força a mão heróica.
Corpos não se opõem mais
Um contra o outro. O mundo
acabado
É semelhança em toda parte.
Caem os nomes do contraste
No centro que se expande.
O mar seco estende o universal.
Nem súplica nem negativa
Perturbam a evidência geral.
A lógica tem lógica, e eles
ficam
Trancados nos braços um do
outro,
Senão seriam loucos,
Com tudo perdido e nada que
prove
Que até o nada sobrevive ao
amor.
Laura Riding
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