terça-feira, 21 de agosto de 2012

Fotografia antiga e noticias relembrada

Fico sentado diante dos fatos revirando paginas empoeiradas, do tempo que passou; noticiários em folhas de jornais escrevem o cotidiano das grandes cidades, o pensamento corre solto nas avenidas, são veias agitadas a pulsar, repletas de homens e seus gestos, fazendo suas colagens do que vai se juntando entre os dias e suas cores, o jornal e seus dissabores e o café de todas as manhãs; cada um em seu caminho, este que quase sempre desbota depois que o tempo faz sua curva e deixa esses papeis que se escrevem, suas imagens envelhecem, e os dias seguem seu curso cheio de rostos, desses seres que se descrevem em atos marcados, em feitos heróicos ou fatídicos que por alguns serão lembrados.
Uma fotografia velha guarda inúmeros segredos, noticias relembrada: tudo que ficou arquivado nas enciclopédias de tantos convidados, que deixaram suas marcas, que sorveram os venenos, que lançaram os seus dardos, que compartilharam essências e riscaram os seus livros antes da próxima estação que embarcaram. O tempo deixou saudade, poeira soprada adiante, sentimentos e sentidos remodelados com o passar das décadas enquanto a imagem ainda está em uma moldura na estante; as notícias irão se renovar assim como as flores após o seu sono, o homem continuará a caminhar assim como a imagem vai se apagando; outro café, mais uma olhada, outra mancha que se vê após o derradeiro gole de vida, gotículas pingadas na fotografia antiga.
Tão difícil para me manter acordado quando o caminho se torna agitado e portas se tornas escolhas, entre os dias e suas penas e cada verdade que vai se mostrando, o abrir e fechar de cada vontade; um sono de desejos desaba soterrando tudo momentaneamente entre as fotos e os fatos e as ruas que não mais se encontram; sigo por essa estrada onde vejo meus dias, suas sombras e cada pedra que vai se juntando entre os pensamentos escurecidos e suas buscas que falam tanto, pisando neste solo muitas vezes seco cheio de flores e folhas mortas onde brotam arbustos de temporário silêncio e espinhos de leito solitário onde a derradeira faísca se escondeu...
Papeis se escrevem no dia a dia de todos nós, o tempo se despede enquanto envelhecem suas lembranças, o amanhã aguarda ansioso por suas novas paginas; é necessário que se publique novidades em bons feitos nos jornais do presente de cada individuo que também se faz presente, e necessário que se guarde o antigo no fundo do peito para quando fizer a próxima curva e escrever a próxima linha possa mais uma vez dizer: _Que entre uma imagem e uma nova notícia, os passos vão seguindo adiante, construindo um destino, remendando sentimentos, criando possibilidades, guardando cada feito, renovando muitos atos e tirando outras fotos.   
W. R. C.

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