segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Sombras do Futuro



Sombras do futuro


Nuvens cinzentas cobrem o céu,
É lá onde se escondem os pensamentos,
Em torrentes constantes de sentimentos,
Fagulhas, pedaços do que um dia foi meu.

No abandono do coração cansado,
Uma lágrima brilhante guarda a saudade,
Nas linhas distorcidas toda verdade,
No fundo do peito o sentimento enclausurado.

Portas fechadas em nuvens celestiais,
Pensamentos perdidos num ontem tão gritante,
Feridas d'alma, dores agonizante,
No jardim desbotado que não nascem mais flores iguais.

Aqui sozinho e em silêncio profundo,
Onde as recordações brincam alegremente
E o coração bate em um compasso descontente,
No curso da vida que segue o mundo.

Escadas flutuantes que levam ao céu,
Onde poderei calar meus lamentos,
E as quatro estações sopradas pelos ventos
Me tragam de volta, fagulhas, pedaços do que um dia foi meu.

Dias que passam, horas que se arrastam sem fim,
Lamentos engarrafados em uma estante empoeirada,
Páginas que viram, andarilho que segue a estrada.
Sombras do futuro, o que os ventos trarão para mim?

Trarão o passado em uma caixa reluzente,
Ainda repleto de flores e venenosos espinhos,
Ou abrirão portas de novos caminhos,
Em meio às tempestades do presente?

Sombras do futuro o que tem a dizer,
Quando as lágrimas não podem matar essa fome,
E o tempo lentamente nos consome,
E não sabemos mais o que fazer?


W. R. C.

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