quinta-feira, 26 de maio de 2011

Verdade Para o Amanhã





Verdade Para o Amanhã


Meus olhos são como chamas no escuro,
Meu sentimentos são como folhas voando no ar,
Quando o vento bate soprando em todo lugar,
Uma mistura do puro e do impuro.

Estações que se repetem, profundo vazio,
Eu não posso continuar vivendo neste vale triste,
Colhendo flores secas nesse solo que resiste
Ao fogo dos pensamentos e o sentimento que se torna frio.

Então eu apenas rezo para ter força suficiente,
Para ser uma corrente dirigindo o curso fluindo até a fonte,
Atravessar de uma vez por todas essa ponte,
Expandir os horizontes de minha mente...

Mas o meu amor é pela única luz,
Meu espírito segue para além do horizonte;
Sonhos e desejos de tudo aquilo que eu cante,
Se espalha no firmamento e ao futuro se conduz.

Mas o meu coração continua suportando
Os ventos que sopraram outrora
Estas páginas que se escrevem agora,
E meus dias que vão se arrastando.

Se eu conseguir fugir de meus pensamentos arrependidos,
Se eu conseguir encontrar novamente aquela estrada,
Onde poderei erguer mais uma vez minha morada,
E me despedir de todos os meus tormentos.

E fugir destas fontes de lamentos
Que fluem velozmente trazendo lembranças,
Frutos de minhas paixões e minhas andanças,
E os sussurros que foram massacrados pelo tempo.

Como os rios correndo ladeira abaixo,
Ao menos para ser livre quando eu vejo,
Colher nos campos floridos os doces beijos,
Ver onde realmente eu me encaixo.


Os amantes que podem sonhar
Com doces fantasias que nunca serão uma verdade,
Pois se perdem na incompreensão de nossa realidade,
Pelas estradas distorcidas que temos que andar.

Ninguém pode viver duas vezes em apenas uma vez,
Ou construir castelos de sentidos perpétuos,
Sonhos que desaparecem em meio ao vácuo
De memórias, paixões e insensatez.

Tampouco pode dar amor duas vezes em seu início,
Ou colher flores antes de seus espinhos,
Mesclar sem medo dois caminhos,
Se livras de todos os vícios.

Mas não podemos impedir o sentimento de se render ao amor,
Então eu me sinto prisioneiro do pecado,
Enclausurado em um quarto escuro eu fico calado,
Observando os desenhos que saem de minha dor.

Escravo de minhas vontades, de minha saudade,
Quando eu dou para a terra a minha pele, meu coração,
Fragmentos rabiscados de minha solidão,
E mesmo rodeado de tantos, não encontro verdades.

E minha alma libero para o vento
Mas o meu amor continua a observar a noite,
Escravo das paixões e seus açoites,
Perdido sem direção entre os sonhos que tanto tento.

Sentindo o perfume dessa rosa que se foi,
E o fogo que ainda não se extinguiu,
Relembrando os aromas que um dia existiu,
Sentindo no peito esse espinho que ainda dói.

Mas o meu coração clama pela luta eterna, eu já posso ver
Batalhas sangrentas de emoções diversas,
Procuras intermináveis, varias promessas,
Ventos que sopram forte esperando pelo amanhecer.


W. R. C.

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