terça-feira, 17 de maio de 2011

O Grande Luar




O grande Luar


Seguindo em direção ao entardecer,
Se despedindo do astro solar,
De mais um dia que se vai,
Convite ao anoitecer,
Aos reflexos dourados da lua cheia,
Purificando sentidos e pensamentos,
Buscando os ninhos das civilizações mais puras
É a canção de ninar do leito dos anjos,
Cantada tão suavemente com os astros,
Onde os sonhos brotam reluzentes,
Banhados na ferrugem da lua...
Onde caminhos se constroem,
E velhos altares se destroem,
Refletidos na luz do luar...
Corra livre por mais uma noite,
Corra livre por mais uma vez,
Pelos campos verdejantes e floridos,
De novidades e procuras,
Em estradas prateadas;
É a chama que acena aos homens,
São os passos que se apressam,
Um lapso de memória, um devaneio,
Nas florestas de caminhos distintos,
Entre flores e espinhos pontiagudos;
É a visão do fogo que
Os olhos buscam após o por do sol...
Gritos que ecoam, palavras perdidas,
O sumo, a seiva da vida,
São lembranças, são saudades, é o acaso;
Com a respiração ofegante,
Um coração em ritmo constante,
E flutuantes pensamentos
Em direção ao grande luar...
E a floresta sussurra seu canto majestoso,
Folhas que dançam sob a luz prateada,
Preces que sobem em direção ao firmamento,
Levadas pelo vento, levando meu lamento,
Escutado pelos amantes escondidos,
Entoando cânticos e mudos gritos,
Uma oração a lua cheia e nada mais.
Na imensidão celeste ela reside,
Entre pensamentos e flores de neon,
Sobre as correntezas negras do riacho,
E o sangue rubro que corre nas veias,
Saudade, loucura e embriagues,
Um gole de vinho... Um gole de vida...
O pão sobre a mesa... A porta e o caminho...
Fumaça do incenso e sussurros perdidos...
Enfeitiçado por suas luzes de fogo,
Em meio à selva de pedras;
Um coração a palpitar, um sentimento,
Os sonhos da ultima noite,
Sorriso bobo rosto...
Gemidos levados pelo tempo...
Silencioso sob a luz do grande luar...



W. R. C.

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