segunda-feira, 26 de março de 2012

Vozes Sussurrantes


Vozes Sussurrantes

E agora eles falam
Sobre o destino,
Constelações nebulosas
De ideais famintos,
Os caminhos a se seguir,
O destino descrevendo seus valores,
Sentimentos a se moldar,
Verdades a se construir;
São vozes sussurrantes,
São ventos de passagem
Por onde temos de passar!
Eu ouço seus passos
Na escuridão,
Quando estão iluminados,
Quando querem iluminar,
A estrela mais brilhante,
O amante e o poeta,
Seus cadernos e seus papeis;
Caminhantes sedentos
Sorrateiros a virar a esquina
Solitários em suas lutas,
Verdadeiros em suas lembranças.
Mas então novamente
Veio o silêncio e seus gestos,
No bailar das horas que pingam,
Os desejos e seus vultos
No rabiscar dos dias
Que se escrevem.
Rostos de pedras
Escondem seus sorrisos,
Flores de plástico
Não tem brilho,
Seu doce perfume
A muito desapareceu,
Corações de papel
Não pulsam mais,
Não levam suas vozes
Aos caminhos desejados.
Agora é hora de mudanças,
Telas brancas a se pintar,
Sementes novas a semear
O jardim de descobertas;
Agora é tempo de conquistas,
Uma rota sem desvios,
Navegação em tempo integral;
O mar espera seus navegadores...
Não são certas
Essas linhas tortas
Rabiscadas neste instante,
Não são simples
Essas falas sussurradas
Despejadas outra vez;
Mais são sinceros essas vontades
Que falam seus quereres
Cantando alguns sonhos,
Contando sentidos,
Soprando vários segredos.
As chamas de olhares sedentos
Brilham ardentes nas trevas
Em dias de algumas recordações
E inúmeros desejos
Que vieram com a chuva
E se foram com os ventos
Para o outro lado
Da cidade e seus enigmas;
Onde o caminhante
Segue seus passos
E vai construindo suas pontes,
Transpondo obstáculos,
Virando outra curva
Seguindo os seus passos,
Sussurrando os seus versos...
W. R. C.

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