quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Linhas do Destino



Linhas do Destino



Cruel é a palavra
Que surge sorrateira
Deixando sombras diversas,
Com mandíbulas sanguinolentas
E garras afiadas,
Cada verso, cada prosa,
Em tantos lamentos,
Em vários sorrisos,
Alguns do avesso, ao contrário,
Mas sempre falando:
Essa vontade constante
De dizer dizeres nebulosos
Que nunca se extinguiram;
É como a fome desesperada dos famintos,
A eterna procura do que está distante,
Vento que sopra verdades
Nas asas de metáforas falantes,
Fogo que inflama
E corre nas veias,
Inundando membros e corpo,
Incendiando vozes e sussurros,
Formando lacunas na alma,
Preenchendo fagulhas na vida,
Guardando sentidos ardentes
Que não encontraram
Nos dias corridos de hoje
Remetentes ou destinatários...

Quero por mais uma vez sonhar,
Visitar esses lugares
Em que nunca estive
Entre o palpável e o ilusório,
No alto das colinas verdejantes
Ente os espinhos e a rosa,
Sentir o perfume desta flor tão especial,
Preciosa obra prima
Que a natureza esculpiu...

Vejo toda noite os mesmos rostos,
Que habitam as entrelinhas
De minha consciência,
Transitando de um lado para o outro
Como marionetes sem manipulador;
Dançando diante de meus olhos
O bailar primordial chamado vida.
Suas bocas despejam palavras
De desconhecido destino:
_Onde está você,
Não se vá agora,
Ainda não terminei,
Só mais uma palavra...
E os livros de existência se escrevem...

É apenas um rosto
Entre a fumaça
E o respirar profundo,
Imagem embaçada
Entre o tempo e suas cores
Em um despencar de letras gritantes,
Mergulhando nas profundezas,
Em águas gélidas,
Em abismos diários
De este misterioso olhar,
Que observa tudo ao redor
E rabiscam suas linhas
Em desenhos sussurrados
Pelos corredores do momento
Em goles de destino duvidoso;
Embriagar com um sorriso discreto,
Colher os doces verbos
Como fruta no pé
Em conversas e escritos
E sentir o tempo parar
Por um instante em suas mãos.

W. R. C

Nenhum comentário:

Postar um comentário