sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Cair no Esquecimento





Cair no esquecimento



Ruas vazias,
Prédios sujos,
Janelas abertas
E olhos fechados...
Aqui distante de tudo,
Pensamento cinzento,
Empoeirado,
Com as cinzas de muitas horas,
Lamentos levados pelo vento
Soprado aos quatro cantos
Em vários tons...
As pessoas caminham apressadas,
Seus pensamentos se espalham,
Evaporaram diante do sol escaldante
E tantos outros sentimentos,
Cada um em uma esquina,
Fazendo uma curva na contra mão;
Cada um em uma estação,
Entre as folhas e as flores,
Colhendo rosas murchas
Cheias de espinhos;
O caminhante silencioso
Esperando o verão
Cumprir seu papel...

O céu, o sol, o meu, o seu
Pensamento que se expandem,
Tomarão conta do cenário
E tornarão tudo em preto e branco,
Cores de uma reflexão...
Um céu em nossa consciência,
O sol em cada palavra
Como uma página antiga,
Um som que vai transformando com o tempo,
Que traz das profundezas
As mais doces recordações;
O firmamento insiste
Em romper para o outro lado
Com as horas inevitáveis
Que vão passando;
O presente, o dialogo, o momento,
A vida correndo em nossas agitadas veias,
Rodopiando e inundando
De pensamentos diversos
Toda imensidão da mente acelerada.

Racionando,
Aprendendo com os fragmentos;
Preciosas pérolas do instante,
Reluzentes jóias da memória,
Um baú de tesouros esquecidos
Que transforma até mesmo
As coisas mais simples
Em algo extraordinário,
Convertendo dor em riso,
Soluços em melodias...
As cortinas baixam lentamente,
Máscaras são dispensadas para este ato,
Palhaço que empresta seu sorriso
A aqueles que não sabem mais como sorrir;
E o palco ainda estará iluminado
Quando a luz do dia se findar.

Afogo-me lentamente
No mar profundo
De meus sonhos e delírios
Entre goles de realidades desconexas,
Sorvendo cada partícula de vontade;
Entre a fumaça presente
E os soluços de ontem.
O céu fica distante...
O sol fica escuro...
Nuvens se despedem...
Vozes que se calam...
Janelas são abertas,
Cadeados são quebrados,
Portas diante de mim...
Diante de você...

O sol traz o fogo gélido
De emoções cativas
Que como gotas insignificantes
Caem sem parar,
Inundando as crateras
E sulcos que foram abertos,
Cortes precisos de um cirurgião
Implacável e antigo
Chamado simplesmente de tempo.
Pensamentos navegam distantes,
Por lugares que estavam guardados
A sete chaves,
Uma chave para cada nome,
Um nome para cada porta,
Uma porta para cada sentimento;
E todas seguem a mesma direção,
Por mais que deseje que
Tudo caia no esquecimento.



W. R. C.

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