terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Segundo Luar



Segundo Luar

O ciclo lunar segue seu curso
Mostrando todas suas faces,
Horas que fazem suas curvas,
Dias que desdobram realidades,
Luzes que descrevem seus venenos
E seus néctares tão suaves;
Após o por do sol:
Horizonte distante, cidade calada,
Procura incessante.

Cada verso que o luar pede,
Um tributo a cultura antiga,
Um sussurro que ao céu sobe
Com os ventos do momento
Em seus sopros de sentidos...
Lua cheia dos famintos,
Dos poetas, dos soldados,
Dos amantes, do silêncio,
Em seus tons que me agradam.

Cidade que espera por seus filhos,
Todos aqueles que ainda não voltaram:
Gemidos que ecoam pelas ruas,
Pela noite em muitas casas,
No alto observando, absorvendo;
Ao luar fazem suas preces,
Cantam hinos, se entorpecem...

Entre o tempo e suas eras
Atravessou o pensamento,
Com a lua cheia e suas promessas
E a areia da ampulheta;
Cada olhar que se perdeu
Entre um e outro luar
Segue agora o seu caminho
Em cada gole de vida que se dá.

A renovação do chamado,
Pronunciando o pedido,
Cantando aos elementos
A canção dos antepassados:
Magia do luar, forças da natureza,
Renove sem tardar, crie, fortaleça;
Quando a cidade escutar
E todas as palavras subirem
Será o inicio do novo,
O principio do amanhã.

Segundo luar em sua casa celestial,
O olhar atento ainda espera
Seu sinal, seu chamado;
Nesta noite, na cidade, entre os vultos
Que insistem em se escrever
E a canção que destorce a realidade,
Fogo que cresce feroz:
Renove as forças e a coragem
E feche o círculo ao redor
Para que possa seguir adiante
Dando os primeiros passos
Na luz do segundo luar...

W. R. C.

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