quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013



Perguntas Inquietantes VIII
 
Quantos sentidos dormentes
Adormecerão calados
Antes que a realidade acorde
E comece novamente seus poemas
De versos ao inverso da realidade desmedida?
Durante o sono dos sentidos
Entre a fumaça do consciente
Sonha-se com sementes
Verdes aflitas que esperam
Pacientes sua vez de frutificarem?
 
As histórias se reescrevem
Com verbos e versos já desgastados
Por suas conjugações sem respostas
Que pintaram escrituras transformadas
No decorrer das escolhas entre os escolhidos?
Paginas são viradas em branco
Quando o pensamento se guarda
Das batalhas sem navalhas
Que ainda deixam cicatrizes
Na carne exposta ao espelho da saudade?
 
Pedaços remendados do presente
Seriam cacos de vidas
Que nunca se encaixam
Por deixar pequenas fagulhas voarem
Ao som desengonçado do tempo?
Você se veste a rigor
Com trajes secretamente escolhidos
Quando tenta colocar os pontos
Em linhas escritas no hoje
Que deixarão respostas no amanhã?
W. R. C.


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