Mun-dança
No
girar do tempo e suas vozes que cantam tantos versos do presente sem culpa
exposto no tribunal do universo, na dança contínua dos quereres onde o homem faz
suas escolhes e é por vezes escolhidos no baile de máscaras dos dias enfim;
passos cuidadosamente aplicados no bailar desengonçado do viver constante
enquanto o mundo se veste a rigor em regras rigorosas sobre a existência e seus
deveres divididos, nos atos aplicados, no palco às vezes iluminado, no decorrer
das sentenças. Na dança alegre dos felizardos que correm pelo globo lançando
dardos e setas de venenos e antídotos aos alvos almejados, aos quatro cantos em
estações de diversas mudanças e encantos com laços e traços que se desdobram no
papel de cada um que observam e são observados, absorvem e são absorvidos quando
vão se escrevendo sem pressa apressando o próximo parágrafo; parado em silêncio
entre as quatro esquinas e o derradeiro chamado, janelas escancaradas enxergam
o horizonte despido ao som de uma suave melodia de fatos e feitos desmembrados,
de tantos dias que se foram e não querem mais voltar levados pelos ventos do
acaso e suas mais silenciosas canções, de todas as procuras que ainda não
conseguiram se encontrar em uma caixa de muitos ideais a se construir, de olhos
bem abertos e ouvidos atentos aos sons que fazem la fora, a sinfonia chamada
vida em seu concerto de incertezas a nos conduzir pelo vale da inquietude e
suas perguntas inquietantes; guiando-nos aos jardins de concreto ao votos e ao
veto do que se faz sem pensar enquanto o mundo gira em sua dança...
W.
R. C.
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