quinta-feira, 4 de abril de 2013

Deixando as coisas seguirem seu curso:  Deixo a sequência de meus dias seguirem adiante no virar das estações, no desmembrar de suas essências e suas cores distribuídas em feitos e fato para daqui a pouco; deixo meus sentidos revelarem suas normas no despedaçar e reconstruir de cada vontade que se veste a caráter para a ocasião revelada. De cada uma das peças que se perderam e querem se encontrar no modelar de cada encaixe, o desenlaçar do vidro do labirinto e os reflexo dos versos a se construir. De todos os relatos transcritos, dos que chegaram ao seu destino e falas sem caras a se demonstrar, dos que se perderam no caminho entre o sonho e suas brumas, o virar das vozes que se calaram e o gritar do silêncio que se fez ouvir em cada um desses relatos; de todos os sussurros rabiscados que desenham verdades contidas por quatro cantos e quatro estações em uma caixa chamada saudade, onde os sentimentos se aquietam e apenas escutam o passar das nuvens em suas formas mais distintas; um rosto, um nome, tantas linhas que se foram e que querem voltar em novas sílabas a se escrever; verbos soltos em prosa e poesia, em quadros pintados em tintas perdidas, dançam e giram virando a esquina dos esquecidos que encontra por vezes o caminho desejado, buscando ouvidos calados e corações falantes no ressoar da palavra que procura silenciosa seus pontos: de partida para iniciar a passada, suas vírgulas: de chegada para ver se será bem recebido com tatos e abraços a se deixar levar; deixando as coisas seguirem seu curso, ao sabor do vento e seus sussurros no contato visual, sem igual de quem se fez ouvir no momento em que relatou sentidos ainda vivos e para quem se fez escrever na leitura cotidiana de sentimentos latentes que ainda pulsam e vontades caladas que querem gritar para que se faça encontrar na próxima pagina entre o real e o palpável, entre eu e você para daqui a pouco ou para nunca mais...

 W. R. C.

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