Deixando
as coisas seguirem seu curso: Deixo
a sequência de meus dias seguirem adiante no virar das estações, no desmembrar
de suas essências e suas cores distribuídas em feitos e fato para daqui a
pouco; deixo meus sentidos revelarem suas normas no despedaçar e reconstruir de
cada vontade que se veste a caráter para a ocasião revelada. De cada uma das
peças que se perderam e querem se encontrar no modelar de cada encaixe, o desenlaçar
do vidro do labirinto e os reflexo dos versos a se construir. De todos os relatos transcritos, dos que chegaram ao seu
destino e falas sem caras a se demonstrar, dos que se perderam no caminho entre
o sonho e suas brumas, o virar das vozes que se calaram e o gritar do silêncio
que se fez ouvir em cada um desses relatos; de todos os sussurros rabiscados
que desenham verdades contidas por quatro cantos e quatro estações em uma caixa
chamada saudade, onde os sentimentos se aquietam e apenas escutam o passar das
nuvens em suas formas mais distintas; um rosto, um nome, tantas linhas que se foram e que querem voltar em novas sílabas a se escrever; verbos
soltos em prosa e poesia, em quadros pintados em tintas perdidas, dançam e
giram virando a esquina dos esquecidos que encontra por vezes o caminho
desejado, buscando ouvidos calados e corações falantes no ressoar da palavra
que procura silenciosa seus pontos: de partida para iniciar a passada, suas
vírgulas: de chegada para ver se será bem recebido com tatos e abraços a se deixar levar; deixando as coisas seguirem
seu curso, ao sabor do vento e seus sussurros no contato visual, sem igual de quem se fez
ouvir no momento em que relatou sentidos ainda vivos e para quem se fez
escrever na leitura cotidiana de sentimentos latentes que ainda pulsam e
vontades caladas que querem gritar para que se faça encontrar na próxima pagina
entre o real e o palpável, entre eu e você para daqui a pouco ou para nunca mais...
W. R. C.
Nenhum comentário:
Postar um comentário