segunda-feira, 2 de julho de 2012

Observamos

O tempo e suas sombras, tão preciso em seus segundos, cada detalhe que ele escreve em suas linhas tão constantes, outra parte de nós, outro dia que se abre; desenham seus cenários, ocultam seus segredos que são falados de formas curtas, verdades despejadas em cascatas cristalinas, vontades sussurradas entre o vento e sua curva. A engrenagem gira, a bomba cardíaca pulsa e muitas vezes os olhos não vêem o que o coração sente, é enganada pelo medo e o receio de falhar subitamente, escolhas são feitas no vai e vem das equações das horas que precisas marcam a imprecisão de cada um em seus passos apressados virando as esquinas do presente em direção a próxima página rabiscada; o verbo se faz vivo e a vida segue seu curso, linhas variadas viram a próxima página cruzando com outras vidas, outras linhas e outros versos dando sequência ao jogo; há beleza nos olhos de quem sabe enxergar distante, há magia em vozes que sabem sussurrar seus quereres...
Quando o sol brilha forte no azul do céu e o vento sopra novidades às portas dos sentimentos se abrem e os ecos de muitos ideais pairam pelo ar como aves despreocupadas que alçam voo e seguem seu destino; quando palavras são escritas e silabas são encaixadas portas vão se abrindo e o andarilho segue seu curso em direção aos fatos que se formaram e foram feitos após a última porta fechada e outra que fora aberta. Quando as horas parecem não ter fim e o pensamento insiste em romper para o outro lado, é hora de deixar tudo sair, recriar o que se desfez no trajeto enquanto pedras iam caindo, repensar o que ficou em silêncio ecoando no fundo do peito no palpitar de sons que se refazem e deixar que se escrevam as boas novas...
W. R. C.

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