Observamos
O tempo e suas sombras, tão preciso em
seus segundos, cada detalhe que ele escreve em suas linhas tão constantes,
outra parte de nós, outro dia que se abre; desenham seus cenários, ocultam seus
segredos que são falados de formas curtas, verdades despejadas em cascatas
cristalinas, vontades sussurradas entre o vento e sua curva. A engrenagem gira,
a bomba cardíaca pulsa e muitas vezes os olhos não vêem o que o coração sente, é
enganada pelo medo e o receio de falhar subitamente, escolhas são feitas no vai
e vem das equações das horas que precisas marcam a imprecisão de cada um em
seus passos apressados virando as esquinas do presente em direção a próxima
página rabiscada; o verbo se faz vivo e a vida segue seu curso, linhas variadas
viram a próxima página cruzando com outras vidas, outras linhas e outros versos
dando sequência ao jogo; há beleza nos olhos de quem sabe enxergar distante, há
magia em vozes que sabem sussurrar seus quereres...
Quando o sol brilha forte no azul do céu e o vento sopra
novidades às portas dos sentimentos se abrem e os ecos de muitos ideais pairam
pelo ar como aves despreocupadas que alçam voo e seguem seu destino; quando
palavras são escritas e silabas são encaixadas portas vão se abrindo e o
andarilho segue seu curso em direção aos fatos que se formaram e foram feitos
após a última porta fechada e outra que fora aberta. Quando as horas parecem
não ter fim e o pensamento insiste em romper para o outro lado, é hora de
deixar tudo sair, recriar o que se desfez no trajeto enquanto pedras iam caindo,
repensar o que ficou em silêncio ecoando no fundo do peito no palpitar de sons
que se refazem e deixar que se escrevam as boas novas...
W. R. C.
Nenhum comentário:
Postar um comentário